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Escritora Moçambicana Paulina Chiziane Registra Queixa-Crime Contra Pastor da Divina Esperança

 


Maputo, Moçambique (30 de Julho de 2024) – A renomada escritora moçambicana Paulina Chiziane apresentou uma queixa-crime contra um pastor da igreja Divina Esperança, alegando que seguranças da congregação agrediram ela e sua equipa enquanto gravavam um vídeo nas proximidades da igreja.


Paulina Chiziane relatou à agência Lusa que a agressão ocorreu no dia 28 de julho na província de Maputo. Segundo a escritora, os seguranças, seguindo ordens do pastor, atacaram a equipa, resultando em ferimentos graves em alguns membros. "Um dos nossos membros foi pisado com botas e não consegue respirar bem. Não sei se ele tem fraturas, mas ele não está bem", declarou a escritora. Outro membro da equipa também sofreu lesões que afetaram sua visão.


Chiziane informou que submeteu a queixa e, no dia 29 de julho, foi ouvida juntamente com o pastor da igreja Divina Esperança. A escritora pediu que fosse feito um auto para levar o caso ao tribunal, destacando a gravidade da situação. 


A agressão não foi o único incidente reportado. Chiziane revelou que foi acusada de "bruxaria" pelos seguranças da igreja, devido à presença de uma Timbila – um instrumento musical tradicional moçambicano – no veículo da equipa. "Eles pensaram que estivéssemos a fazer orações contra a igreja deles e vieram fazer revista aos nossos carros sem menor respeito", explicou a escritora.


A polícia moçambicana confirmou à Lusa a recepção da queixa e que o processo foi encaminhado ao Ministério Público. Até o momento, a igreja Divina Esperança não respondeu aos pedidos de comentário.


Paulina Chiziane, vencedora do Prémio Camões 2021, é uma das figuras literárias mais destacadas de Moçambique. Nascida em 1955 em Manjacaze, ela tem se posicionado publicamente contra a proliferação de seitas religiosas em África, criticando as consequências do fundamentalismo para as identidades e culturas africanas.

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