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População Moçambicana Enfrenta Blindados e Violência em Protestos Contra Resultados Eleitorais




Em Moçambique, protestos recentes contra os resultados das eleições de 9 de outubro tomaram proporções violentas, especialmente em Maputo. A população, insatisfeita com a confirmação da vitória do candidato da Frelimo, Daniel Chapo, sobre o opositor Venâncio Mondlane, mobilizou-se em uma greve geral e manifestações pela capital. As ruas, geralmente movimentadas, ficaram desertas, e muitos estabelecimentos foram fechados, enquanto a polícia moçambicana, utilizando armamento pesado e veículos blindados, intensificou seu controle sobre áreas estratégicas, aplicando repressão com gás lacrimogêneo e impedindo concentrações pacíficas.


A insatisfação se deve a denúncias de fraude e irregularidades, sendo que Mondlane reivindica vitória com mais de 53% dos votos, contradizendo a contagem oficial. Os protestos ganharam força após o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, dois aliados do partido PODEMOS, em 19 de outubro. Em resposta, Mondlane incentivou a greve geral e manifestações por todo o país, gerando um cenário de tensão que afetou diversos serviços públicos e privados, inclusive setores de saúde e transporte, com paralisações e violência que levaram a confrontos entre policiais e manifestantes.


Em várias avenidas e praças de Maputo, a polícia usou unidades especializadas e bloqueios para dispersar manifestantes, o que aumentou a hostilidade da população, levando a atos de vandalismo e barricadas com pneus em chamas. A repressão intensificada reflete um cenário sem precedentes em protestos moçambicanos, onde a população vê-se sem a mesma estrutura de segurança usada em zonas de conflito, como Cabo Delgado, para proteger suas reivindicações. Muitos moradores permanecem em suas casas temendo a escalada de violência nas ruas.


Esses eventos refletem uma crise de legitimidade nas eleições e tensões políticas, enquanto a população exige transparência e ação das autoridades.

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