O Instituto Nacional de Comunicação de Moçambique (INCM) ordenou recentemente o bloqueio do acesso à internet em diversas regiões do país, em meio a uma série de manifestações populares contra o governo. As autoridades pressionaram as operadoras de telecomunicações a assumirem a responsabilidade pelo bloqueio, visando ocultar a real motivação da medida.
As manifestações têm sido respondidas com repressão severa. Em um cenário que se assemelha a um conflito armado, a polícia tem usado munição letal, com relatos de disparos diretos contra os manifestantes, e não apenas para dispersá-los. Esse tipo de ação tem levantado sérias preocupações em relação à proporcionalidade da força usada pelas autoridades e ao respeito aos direitos humanos.
De acordo com especialistas em direitos humanos, o bloqueio da internet parece ter sido imposto com o objetivo de impedir a circulação de imagens e vídeos que documentam a repressão. Essa estratégia busca restringir a visibilidade das operações de segurança nas redes sociais e impedir que a comunidade internacional, incluindo organizações não governamentais (ONGs) e outras entidades de apoio a Moçambique, acompanhe os acontecimentos e cobre respostas do governo.
No entanto, a população tem encontrado maneiras de contornar essa restrição, recorrendo ao uso de redes privadas virtuais (VPNs) para restabelecer o acesso à internet. Esses métodos permitem a troca de informações e continuam a trazer à tona imagens e relatos sobre a situação.
O bloqueio da internet, somado à repressão violenta das manifestações, intensificou a pressão internacional sobre Moçambique. Diversas ONGs e organizações de defesa dos direitos humanos estão pedindo investigações independentes sobre as ações policiais e o papel do governo nas violações de direitos fundamentais, reforçando a necessidade de garantir a segurança e a liberdade de expressão da população moçambicana.
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