Washington, 29 de julho de 2024 — Atualmente em julgamento nos Estados Unidos no âmbito das dívidas ocultas, Manuel Chang, ex-ministro das Finanças de Moçambique, desempenhou um papel crucial na obtenção de uma decisão favorável para o país no Tribunal de Londres. Chang confessou ter recebido sete milhões de dólares em subornos da Privinvest e concordou em devolver o dinheiro ao Estado moçambicano.
A confirmação veio na tarde desta segunda-feira, durante uma conferência de imprensa conjunta da Procuradoria Geral da República (PGR) e do Ministério da Economia e Finanças. Questionados por jornalistas, ambas as instituições confirmaram o fato.
“Sim, confirmamos”, declarou o Procurador Geral Adjunto da República, Ângelo Matusse, falando de Londres, onde representava os interesses de Moçambique. Matusse não forneceu mais detalhes sobre o caso.
O vice-ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, também confirmou a devolução do dinheiro por parte de Chang. “Todos os valores recebidos no contexto dos processos associados a estes empréstimos, uma vez que o processo está a decorrer, foram canalizados e estão sob a guarda da PGR”, afirmou Tivane. Ele destacou que a "custódia" da procuradoria sobre o valor devolvido continuará até a conclusão dos processos judiciais.
Durante a conferência de imprensa, foi revelado que Moçambique gastou mais de 80 milhões de dólares em custas judiciais e honorários advocatícios no processo de Londres. A PGR está empenhada em recuperar este montante para os cofres públicos, condicionando o pagamento da indenização ao desfecho do recurso da Privinvest.
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