Esta semana, supostos combatentes do Al-Shabab atacaram áreas ricas em pedras preciosas da província de Cabo Delgado, em Moçambique, fechando pelo menos duas operações de mineração e fazendo com que centenas de pessoas fugissem de aldeias nos distritos de Ancuabe e Montepuez.
Na quinta-feira, o grupo de mineração de rubi Gemfields anunciou que estava interrompendo as operações em seu local de Montepuez após um ataque matinal à mina próxima, Gemrock. Várias fontes relataram que veículos na instalação foram incendiados e alguns funcionários estavam desaparecidos.
No mesmo dia, centenas de pessoas chegaram às cidades de Montepuez e Pemba. Vários disseram à Human Rights Watch que fugiram de suas aldeias porque os mashababos (um termo local para combatentes islâmicos) destruíram suas casas. Eles também relataram fortes combates entre o grupo armado e soldados do governo que foram enviados para a mina de rubi após o ataque.
“Esses mashababos sem coração estão por toda parte”, disse um morador da vila de Namanhumbire, no distrito de Montepuez. “Eles vieram às nossas aldeias e queimaram tudo, até jerricans de água.”
Reportagens da mídia atribuíram os recentes ataques ao Al-Shabab ou Mashabab, um grupo armado ligado ao Estado Islâmico (ISIS) que, por vários anos, matou, sequestrou e estuprou civis e saqueou aldeias no norte de Moçambique. No início deste mês, supostos membros do Al-Shabab incendiaram casas nas aldeias de Chiute, Nguida, Mesa e Nonia, no distrito de Ancuabe. Em Nonia, homens armados não identificados decapitaram pelo menos uma pessoa, informou a Cabo Ligado, que monitoriza a violência política em Moçambique.
Os acontecimentos recentes mostram que os moradores já não estão seguros em muitas áreas da província de Cabo Delgado, incluindo alguns distritos que até recentemente escaparam da violência. As autoridades moçambicanas devem melhorar a segurança dos residentes nas áreas ameaçadas e ajudar todos os deslocados pelos combates. Em áreas com grandes operações comerciais, como os distritos de Ancuabe e Montepuez, eles devem trabalhar com empresas locais para fornecer melhores planos de proteção e evacuação. As autoridades também devem agir rapidamente para responsabilizar todos os responsáveis por assassinatos e outros abusos. Os esforços do governo precisam enfrentar a ameaça expandida.
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