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Paulina Chiziane - Balada de Amor ao Vento

Paulina Chiziane - Balada de Amor ao Vento


Mwando ainda não ofereceu nada à rainha protectora , mas eu perdoo , ele ainda não arranjou dinheiro , coitado . Ultimamente vemo - nos poucas vezes , ele diz andar metido nos negócios do pai e vai muitas vezes à cidade . Diz que a mãe e as irmãs são muito preguiçosas , e ele muitas vezes tem de cozinhar , lavar a roupa e rachar lenha , mas onde é que já se viu um homem cozinhar com mulheres em casa ? Falta muitas vezes aos encontros e , quando vem , tem pouco tempo . 


Já não quer passear como antigamente , mas eu perdoo , eu gosto dele , ele tem muito trabalho em casa , pois as irmãs são muito preguiçosas . Mas parece que ele me evita . As suas palavras soam a falso e esconde - me sempre os olhos quando justifica a ausência . Sinto que algo de anormal se passa , que tenta enganar - me , mas não , enganar - me é que não , nós amamo - nos , ele prometeu - me e não é homem de meia palavra . 


Ah , o meu amor por ele cresce como as ondas do mar . Meu corpo chama por ele , minha alma grita por ele , meu sonho é todo ele , encontro - o em todo o lado , na verdura dos campos , no mugir das vacas , no brilho do sol , no serpentear dos peixes , no aroma das flores , no voo das borboletas , no beijo dos pombos , até mesmo nos odores das bostas . Oh , Mwando , tu vives em mim , eu vivo por ti , Mwando , canta com o vento , aos quatro ventos , ganhaste um coração mundo , pois dentro de mim há um lugar onde só tu habitas .


 Dentro de mim florescem os campos . Tudo em mim é verde . Eu sou a terra fértil onde um dia lançaste a semente . O sol , a nuvem , o vento , tudo viram . A tua semente tornou - se verde , verde verdadeiro . Na próxima colheita teremos fartura e mostraremos ao mundo como é belo o nosso amor .  ....

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