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1,2 Milhão de Pessoas em Áreas Afetadas pelo Conflito em Cabo Delgado, Revelam Dados da ONU

 

Moçambique – Dados das Nações Unidas indicam que 1,2 milhão de pessoas estão em áreas afetadas pelo conflito em Cabo Delgado. Segundo um relatório da Organização para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), 15% da população de Moçambique necessita de apoio humanitário. A maioria dos afetados está no norte do país, principalmente nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa.


O relatório revela que 1,24 milhão de pessoas vivem em áreas de conflito, enquanto outras 429.623 estão expostas a desastres naturais em todo o país. Até maio deste ano, cerca de 937.965 pessoas receberam ajuda, majoritariamente mulheres e crianças, incluindo deslocados internos, comunidades de acolhimento e repatriados.


A OCHA informa que 76 organizações não governamentais (ONGs) estão atuando no terreno, fornecendo nutrição, educação, segurança alimentar, abrigo, água e saneamento. No entanto, o financiamento continua sendo um desafio. Até o final de maio, apenas 18% do plano de resposta humanitária para Moçambique estava financiado, com aproximadamente 73,7 milhões de dólares recebidos dos 413 milhões solicitados. A maior parte do orçamento é destinada à segurança alimentar e aos meios de subsistência, mas apenas 18% do financiamento necessário para essa área foi assegurado.


O Relatório Mundial sobre a Crise Alimentar indicou que a insegurança alimentar se agravou em Moçambique em 2023, com 20% da população enfrentando altos níveis de insegurança alimentar aguda. Em declarações à Voz da América em maio, Maurício Burtet, diretor nacional adjunto do Programa Alimentar Mundial em Moçambique, destacou que a insegurança alimentar é causada pelo conflito em Cabo Delgado, desastres climáticos no centro e sul do país, e pela inflação.




O conflito em Cabo Delgado afeta Moçambique desde 2017. Em abril de 2024, mais de meio milhão de pessoas continuavam deslocadas, metade delas crianças. Segundo a ONG Save the Children, mais de 100 escolas foram fechadas em seis distritos de Cabo Delgado e mais 17 em Nampula, afetando cerca de 71.000 crianças.


“Como resultado, precisamos priorizar a assistência às comunidades mais vulneráveis. Atualmente, estamos ajudando apenas 30% das pessoas em Cabo Delgado”, afirmou Maurício Burtet à VOA em maio.


Em junho, o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, informou que as forças de defesa em Cabo Delgado “conseguiram desativar os terroristas de todas as vilas e aldeias que haviam sido ocupadas”, ressaltando a importância de manter a vigilância.

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